quinta-feira, 17 de maio de 2012



Comentário Bíblico de Aplicação Pessoal

Salmo 40
Esperei com paciência no SENHOR, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor.
Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos.
E pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, e temerão, e confiarão no SENHOR.
Bem-aventurado o homem que põe no SENHOR a sua confiança, e que não respeita os soberbos nem os que se desviam para a mentira.
Muitas são, SENHOR meu Deus, as maravilhas que tens operado para conosco, e os teus pensamentos não se podem contar diante de ti; se eu os quisera anunciar, e deles falar, são mais do que se podem contar.
Sacrifício e oferta não quiseste; os meus ouvidos abriste; holocausto e expiação pelo pecado não reclamaste.
Então disse: Eis aqui venho; no rolo do livro de mim está escrito.
Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração.
Preguei a justiça na grande congregação; eis que não retive os meus lábios, SENHOR, tu o sabes.
Não escondi a tua justiça dentro do meu coração; apregoei a tua fidelidade e a tua salvação. Não escondi da grande congregação a tua benignidade e a tua verdade.
Não retires de mim, SENHOR, as tuas misericórdias; guardem-me continuamente a tua benignidade e a tua verdade.
Porque males sem número me têm rodeado; as minhas iniqüidades me prenderam de modo que não posso olhar para cima. São mais numerosas do que os cabelos da minha cabeça; assim desfalece o meu coração.
Digna-te, SENHOR, livrar-me: SENHOR, apressa-te em meu auxílio.
Sejam à uma confundidos e envergonhados os que buscam a minha vida para destruí-la; tornem atrás e confundam-se os que me querem mal.
Desolados sejam em pago da sua afronta os que me dizem: Ah! Ah!
Folguem e alegrem-se em ti os que te buscam; digam constantemente os que amam a tua salvação: Magnificado seja o SENHOR.
Mas eu sou pobre e necessitado; contudo o Senhor cuida de mim. Tu és o meu auxílio e o meu libertador; não te detenhas, ó meu Deus.
Versículo 1
Esperei com paciência no SENHOR, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor.
Através dos relatos desse salmo, podemos ver que o salmista estava passando por alguma situação complicada, na qual ele recorreu a Deus através do clamor, mas não foi atendido de prontidão.
Mesmo sem uma resposta imediata ao seu clamor, o salmista acreditava que a resposta viria, então seguiu adiante iniciando um processo de espera.
Ele não se colocou desesperado diante da espera, não se entristeceu, não se desanimou, nem se pôs angustiado ou aflito, somente ficou esperando com paciência no Senhor.
Essa passagem bíblica nos ensina que temos que clamar ao Senhor e que após o clamor é necessário aprendermos esperar com paciência, não ficar angustiado com a demora da realização de alguma coisa ou na demora de uma resposta, esperar no Senhor é muito mais profundo do que simplesmente “esperar”.
Esperar no Senhor é, após seu clamor, manter-se em todo o tempo na presença de Deus. É manter-se crendo que Deus está fazendo algo, é manter-se em paz ainda mesmo em meio a ausência de uma resposta, é não esperar em homens ou coisas que falham, é confiar em um Deus que não falha.
Esperar com paciência no Senhor é usar de fé, pois a paciência pode ser considerada um atributo ou característica da fé.
Se a fé é a certeza daquilo que não podemos ver e também uma convicção do que esperamos, “Esperar com paciência no Senhor” é uma expressão de Fé no Deus Todo Poderoso, então essa espera gera a certeza de que a resposta virá.
Foi por causa dessa manifestação de fé em espera e paciência, que o salmista pôde viver uma das mais belas expressões de amor e cuidado de Deus para com o homem. Deus se inclinou para ele, sim, o Altíssimo inclinou-se de seu trono de Glória só para ouví-lo.
Quando aprendemos a esperar com paciência no Senhor, temos o privilégio de ter o Rei da Glória inclinando-se de seu trono para ouvir nosso clamor.
Essa passagem demonstra algo muito claro, que Deus não se inclina para ouvir o clamor de quem não sabe esperar Nele, e nem o de quem não tem paciência na espera.
Versículo 2
Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos.
A situação do salmista era tão terrível, que ele sentia-se num lago horrível, inundado em coisas ruins ou em uma cova de destruição. Em uma situação que o fazia escorregar a cada passo, ou seja, sempre que tentava fazer algo, caia, não dava certo.
Mas ele colocou sua confiança no Senhor, e por isso Deus não somente ouviu seu clamor, mas agiu em seu favor, tirou ele daquela situação, colocou seus pés sobre a rocha e firmou seus passos.
Aprendemos então que quando temos uma fiel “Espera com paciência no Senhor”, Deus firma nossos passos sobre a rocha, ou seja, aprendemos a estar firmes em Cristo, a Rocha, estar firmes em sua palavra, promessas e mandamentos, e assim não escorregamos mais, tudo o que fizermos, dará certo.
Versículo 3
E pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, e temerão, e confiarão no SENHOR.
A situação do salmista não fez com que ele esmorecesse e tão pouco deixasse de louvar a Deus, ele continuou louvando a Deus por sua Fé, seguiu crendo no nível que já conhecia de Deus, havia um cântico nele e ele continuou usando-o para adorar a Deus.
Então Deus o renovou e pôs um Novo Cântico em sua boca, uma porção nova sobre ele, uma nova medida, aperfeiçoando seu cântico diante de Deus por sua fé.
O que Deus estava mostrando ao salmista, era que Ele não desejava que os que O buscassem vivessem sempre em uma mesmice, estava mostrando que Ele sempre tem algo novo, uma renovação, um algo diferente a fazer.
Deus estava se revelando através dessa renovação sobre o salmista, assim as pessoas O veriam, O temeria e passaria a atentar-se em confiar Nele, o Deus de renovos e coisas novas.
 Versículo 4
Bem-aventurado o homem que põe no SENHOR a sua confiança, e que não respeita os soberbos nem os que se desviam para a mentira.
O salmista declara que é feliz aquele que põe sua confiança no Senhor, e que aquele que tem essa confiança não segue aos soberbos, ou seja, pessoas que pensam ser melhores em alguma coisa, não segue seus conselhos, mas segue aos mandamentos de Deus, pois é Nele em quem confiam.
 Versículo 5
Muitas são, SENHOR meu Deus, as maravilhas que tens operado para conosco, e os teus pensamentos não se podem contar diante de ti; se eu os quisera anunciar, e deles falar, são mais do que se podem contar.
 Deus fez tantas coisas boas, que nem é possível declarar tudo.
 Versículo 6
Sacrifício e oferta não quiseste; os meus ouvidos abriste; holocausto e expiação pelo pecado não reclamaste.
Nessa passagem vemos que o salmista tem seus ouvidos abertos, ou seja, Deus o faz entender que Ele não queria sacrifícios de animais mais, sacrifícios para anulação dos pecados, Ele queria mesmo era a obediência, que Nele fosse colocado a confiança das pessoas. Deus queria era um relacionamento direto.
Esse versículo era uma revelação muito importante naquele tempo, ele aponta para Jesus Cristo, àquele que se fez sacrifício máximo por amor de todos, para trazer o perdão dos pecados e a salvação, assim sendo, após Cristo ter se feito o sacrifício vivo, não precisando de mais sacrificios, a única coisa que temos que fazer é obedecer e confiar Nele.
Era uma revelação importantíssima.
 Versículos 7  e 8
Então disse: Eis aqui venho; no rolo do livro de mim está escrito.
Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração.
Nos versos 7 e 8, após entender que Deus não queria esses sacrifícios mais, o que o salmista tinha a fazer era deleitar-se no Senhor, deleitar-se na vontade de Deus.
 Versículos 9 e 10
Preguei a justiça na grande congregação; eis que não retive os meus lábios, SENHOR, tu o sabes.
Não escondi a tua justiça dentro do meu coração; apregoei a tua fidelidade e a tua salvação. Não escondi da grande congregação a tua benignidade e a tua verdade.
Nos versos 9 e 10, o salmista expõe em palavras a Deus, que sempre esteve a declarar o quão maravilhoso Ele era, e também que falava sempre da Sua justiça, que não se calava e não guardava as verdades de Deus somente para si, em seu coração.
Quando aprendemos algo de Deus, não podemos esconder só para nós, temos que repassar, ensinar a outros, sem temor.
Versículo 11
Não retires de mim, SENHOR, as tuas misericórdias; guardem-me continuamente a tua benignidade e a tua verdade.
O salmista pede para Deus não deixar de ter misericórdia dele, para que Deus sempre o guarde. Ainda que ele tivesse fé e confiança, reconhecia que precisava das misericórdias de Deus, pois não era perfeito.
Versículo 12
Porque males sem número me têm rodeado; as minhas iniqüidades me prenderam de modo que não posso olhar para cima. São mais numerosas do que os cabelos da minha cabeça; assim desfalece o meu coração.
O salmista olha para sí mesmo, vê suas falhas e pecados, e ao enxergar suas iniqüidades, ele fica envergonhado, seu coração se entristece e se vê indigno de olhar até mesmo para cima, ou seja, para Deus. Diante do que via, entendeu e reconheceu que seus erros e pecados eram o que o poderia estar prendendo, o que impedia seu avanço. Entendeu que seus pecados geravam os males que o rodeavam.
Precisamos reconhecer nossas falhas diante de Deus para não ficarmos presos por elas.
Versículo 13
Digna-te, SENHOR, em livrar-me: SENHOR, apressa-te em meu auxílio.
O auto reconhecimento do salmista, fez com que ele com humildade, pedisse ao Senhor que o livra-se, que o Senhor fosse depressa ajudá-lo naquela situação.
Nossa humildade agrada a Deus, temos que ser humildes e reconhecer nossos erros e falhas.
Versículo 14 e 15
Sejam à uma confundidos e envergonhados os que buscam a minha vida para destruí-la; tornem atrás e confundam-se os que me querem mal.
Desolados sejam em pago da sua afronta os que me dizem: Ah! Ah
O salmista passava realmente por um momento terrível, onde até mesmo muitos o queriam destruir e matá-lo, queriam de toda forma seu mal.
Após o reconhecimento e confissão de seus erros a Deus, ele sentia-se livre, perdoado e digno de pedir que Deus interviesse naquela situação e confundisse todos os que queriam seu mal.
Mas firmemos bem, primeiro ele teve que se consertar diante de Deus, primeiro ele teve que se arrumar confessando seus pecados. Ele entendeu que aqueles males, aquela situação que ele estava vivendo, havia sido gerada por seus erros, que eles estavam prendendo ele, impedindo-o de até mesmo pedir algo para Deus.
Versículo 16
Folguem e alegrem-se em ti os que te buscam; digam constantemente os que amam a tua salvação: Magnificado seja o SENHOR.
Ele sentiu-se tão bem diante de Deus, tão confiante que Deus havia vindo em seu favor, que começou a exaltar ao Senhor, da mesma forma que pôde confiar e alegrar-se em Deus, ele anima a todos que buscam a Deus a descansar e a dizer constantemente: Engrandecido seja o Senhor, porque certamente há salvação para aqueles que esperam com paciência no Senhor.
 Versículo 17
Mas eu sou pobre e necessitado; contudo o Senhor cuida de mim. Tu és o meu auxílio e o meu libertador; não te detenhas, ó meu Deus.
O autor desse salmo encerra com mais uma grande demonstração de humildade.
O salmista que viveu toda essa situação, era o grande e memorável Rei de Israel, David. Um homem poderoso na terra, famoso conquistador, colecionador de vitórias, dono de inumeráveis sucessos ao longo de sua vida, rei de um Reino próspero e forte.
Mesmo com todo esse poder, fama, sucesso e dinheiro aqui na terra, ele reconhecia que sem Deus nada teria, nada poderia e que não era nada sem esse Deus Poderoso. Que dependia de Deus para seu sucesso em todas as áreas de sua vida, que dependia do cuidado de Deus, que se não tivesse a proteção do Altíssimo não teria obtido suas conquistas. Que mesmo tendo poder para libertar a muitos, dependia de Deus para sua própria libertação.
Ele sabia que todo seu poder na terra, somente o tinha se Deus fosse com ele, pois dependia totalmente do poder que vem do céu, do Alto, para realizar qualquer coisa.
Então aprendemos com o salmista:
Saber clamar, esperar com paciência no Senhor, confiar, confessar os pecados, ser humildes e dependentes de Deus.
                                                                                                                                Pr.Ap.Luiz Carlos