sábado, 6 de fevereiro de 2016

Profetas? Ou Advinhos? Por Cliff Bell

PROFETAS OU ADIVINHOS? Parte 1 - O perigo do egoísmo. 
Balaão, como muitos hoje, profetizava por motivos de lucro. Ele estava mesmo disposto a ser contratado por Balaque, rei dos moabitas, para profetizar maldição à Israel a fim de receber o pagamento em riqueza.
Balaão é um sujeito interessante. Ele profetizou a única profecia messiânica no Livro dos Números (24:17). Foi uma profecia acertada, e era de Deus. Obviamente Balaão podia ouvir a voz de Deus, mas também podia ouvir as vozes de demônios. Isto mostra-nos que os nossos ouvidos espirituais podem ouvir os dois lados.
Como muitos hoje, Balaão usou seus sentidos espirituais para benefício próprio, e não para servir a Deus nem para cumprir o Seu propósito. Números 24: 1 diz que quando ele profetizou procurou usar "encantamento" (feitiço). Ele decidiu contra ele naquela ocasião, e viu que não podia resistir à vontade de Deus, o qual insistiu em abençoar Israel e enviou um anjo para matá-lo caso ele não cooperasse. Josué 13:22 não identificou Balaão como um profeta, mas como um adivinho. Uma definição de um adivinho é aquele que ministra por meio de outro espírito.
Infelizmente, hoje em muitas igrejas abundam "profetas" e outros ministros que são, na verdade, adivinhos. Estes são aqueles que, em vez de servir a Deus, servem a si mesmos. Eles são aqueles que estão dispostos a profetizar o que seu público quer ouvir se a oferta for suficientemente grande. A cobiça é um sintoma da raiz do egoísmo. O egoísmo e o amor são completamente opostos. O egoísmo procura o seu próprio bem-estar. O amor procura o bem-estar dos outros.
Hoje o egoísmo ainda é o inimigo do verdadeiro movimento profético. O egoísmo polui o fluxo profético permitindo entrar o veneno de engano, de adivinhação e de feitiçaria. Pode ser uma "profecia", mas sua origem é um espírito diferente.
O EGOÍSMO NÃO SÓ SE MANIFESTA COMO O AMOR AO DINHEIRO (A COBIÇA). ELE SE MANIFESTA TAMBÉM PELAS SEGUINTES MANEIRAS:
- O desejo de ser visto e adorado pelos homens.
- O desejo de que outros reconheçam o seu dom ou ministério.
- O desejo de agradar aos homens mais do que obedecer a Deus (e então receber o pagamento do homem).
- O desejo de impressionar a pessoa que está sendo ministrada para promover seu ministério. O ministério profético nunca deve ser usado para o marketing pessoal.
- O desejo de ver a sua própria agenda avançando.

QUALQUER MOTIVAÇÃO ORIGINADA NO EGOÍSMO DENTRO DO MINISTÉRIO ESTÁ FORA DE ORDEM E CONVIDA À INFLUÊNCIA DE DEMÔNIOS (Mateus 10:8). Ministros que se fixam em homens como sua fonte de abastecimento em vez de confiar em Deus tendem a cair nessa armadilha. Eles acreditam que têm que usar algum tipo de truque para motivar as pessoas a darem oferta - normalmente oferecem uma "bênção" ou uma "unção especial” para dar em troca de uma certa quantia de dinheiro. Simão, o Mago aprendeu da maneira mais difícil que a bênção e unção de Deus não se vendem (Atos 8:20).
«18 Quando Simão viu que pela imposição das mãos dos apóstolos se dava o Espírito Santo, ofereceu-lhes dinheiro, 19 dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu impuser as mãos, receba o Espírito Santo. 20 Mas disse-lhe Pedro: Vá tua prata contigo à perdição, pois cuidaste adquirir com dinheiro o dom de Deus. 21 Tu não tens parte nem sorte neste ministério, porque o teu coração não é reto diante de Deus.» Atos 8:18-21
Devemos nos apegar à verdade de que DEUS é a nossa fonte de abastecimento e não o homem.
1ª Coríntios Capítulos 12 a 14 nos ensina sobre o coração de Deus com relação a profecia e o uso dos dons do Espírito Santo. No Capítulo 13, ele falou do amor, e não tinha mudado de assunto. Aqueles que desejam representar corretamente a Deus e proporcionar profecia consistentemente acertada precisam garantir que sua motivação é o amor ágape de Deus. Essa verdade também se aplica a todo o ministério e ministração espiritual. Devemos lembrar que como ministros representamos a Deus e não a nós mesmos.
1ª Coríntios 13:2,4-7 «2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria... 4 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, 5 não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; 6 não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; 7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.»
Que Deus nos ajude a desenvolver esse tipo de amor e manter a motivação certa.
Mateus 6:24 «Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.»
Que Deus nos ajude a discernir entre os profetas de Deus e os adivinhos egoístas. E o que é mais importante, nos ajudar a guardar o nossos corações, para que permaneçamos sensíveis a Ele todos os dias, e possamos desenvolver a motivação correta. Ministramos e transmitimos o que somos, e não apenas o que nós dizemos.
«Guarda com toda a diligência o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.» Provérbios 4:23
Se Deus me permitir, eu estarei publicando a segunda parte deste ensinamento em poucos dias. Na segunda parte nós vemos com maior escrutínio a vida de Balaão para descobrir sete lições relevantes para cada cristão.
Se esta reflexão lhe foi proveitosa, por que não compartilhar com outros?
Estou aqui para servi-lo...
Cliff Bell
(Este artigo foi publicado originalmente em espanhol o 20 de janeiro, 2016. Traduzido por Cliff Bell, e revisado por Crisitane Fonseca Costa Correia.)