sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Paternidade Espiritual - 1° Parte

Paternidade Espiritual - 1° Parte


Graça e Paz!

Sabemos que nos últimos tempos, especialmente após a Nova Reforma Apostólica, tem-se falado muito a respeito de cobertura e paternidade espiritual (ou "apostólica", o termo mais usado). Infelizmente os conceitos acerca do assunto não tem sido claros para alguns, e também tem sido deturpado por outros. Com as constantes migrações de pessoas de um lado para o outro (ou seja, de igreja para igreja, depois de outra para outra e assim por diante), tais emigrantes uma hora declaram que estão debaixo da cobertura e paternidade de "fulano", outrora já dizem que estão debaixo da cobertura e paternidade de "ciclano", alguns buscam desconciliar cobertura e paternidade de forma extrema e por aí seguem fazendo uma "salada mista" em seu histórico ministerial.

Ainda que iremos em outra oportunidade falar desse assunto (cobertura e paternidade espiritual), mesmo que confronte algumas idéias, conceitos e façam alguns saírem de sua zona de conforto, compreendemos que "pai espiritual ou ministerial" só há um, e que não se "troca" de "pai espiritual" a "torto e direito" quando der vontade. Quando olhamos para a "imagem de nosso pai natural" não podemos simplesmente dizer: a partir de hoje você não é mais meu "pai natural" e sair buscando outro, pois com todos erros e defeitos que um pai natural possa ter, ele sempre será "o pai", assim como também com todos acertos e qualidades, ele sempre será "o pai".
Diante dessa perspectiva, quero compartilhar parte da exposição do assunto feita pela apóstolo Jesher (feita a sua Rede, mas que é ferramenta para o Corpo), que coincide 
praticamente em sua totalidade (em relação a cobertura temos adendos a fazer) com nosso entendimento e é pertinente para o momento atual em que a Igreja de Cristo tem crescido sobre a terra e precisa estar alinhada. 

Que o Eterno possa iluminar cada vez mais nosso entendimento.  Luiz Carlos, pastor apostólico.


Sempre que há uma restauração ou mover de restauração na Igreja de Jesus Cristo, inicialmente, até por falta de conhecimento, acontecem muitos erros, até que se amadurece o assunto e começam os verdadeiros entendimentos.
Isto ocorreu desde a reforma protestante iniciada por Martinho Lutero, depois com o advento do pentecostalismo, depois com a adoração, depois com guerra espiritual, depois com o mover profético e agora com o mover apostólico.
No mover apostólico, começou-se a falar em paternidade com uma das funções do apóstolo, entre tantas outras, e iniciou-se um processo de redes apostólicas, onde os pastores ou apóstolos, se definiam como filhos espirituais de um determinado apóstolo e este passava a ser sua cobertura espiritual também. Com o desenrolar do tempo, alguns filhos espirituais, por necessidades ministeriais, começaram a buscar métodos de crescimento, ou de outras áreas ministeriais necessárias ao desenvolvimento da Igreja, e passaram a chamar estes parceiros de cobertura, sem muitas vezes deixar o primeiro pai espiritual como sua paternidade, e outros trocando a cobertura e a paternidade ao mesmo tempo.
Preocupado com o assunto em si, e tentando encontrar um caminho correto, principalmente com relação a Rede que coordenamos, Rede da Aliança, iniciamos estudos e pesquisas a respeito do assunto, as quais quero compartilhar abaixo e dar a nossa conclusão.
Primeiro, a leitura de um texto muito conhecido, o filho pródigo, relatado em Lucas 15: 11 a 32.
Os dois filhos moravam na mesma casa e com o mesmo Pai. Esta Casa significa a cobertura que estava sobre eles, e o Pai a sua paternidade.
O filho menor entendeu a paternidade e que ela lhe daria direito a sua herança, e assim pediu a sua herança, mas preferiu sair debaixo da cobertura da casa e ir para outro lugar. Em outras palavras, não aproveitou a vantagem de ter uma cobertura (teto), e deixou esta cobertura, porém, levou o que tinha direito legal, a herança do pai. Levou porque acreditava que era capaz de fazer algo maior e melhor fora desta cobertura. Espiritualmente falando, não soube aproveitar o ministério que como autoridade estava sobre ele.
O filho maior, não aproveitou a paternidade porque não tinha identidade de filho, recebeu a herança, porém, manteve-se na mesma condição porque olhava somente a questão da prosperidade e a necessidade de ter dinheiro, e por esta razão somente ficou debaixo da cobertura. Sua identidade, na verdade, era de servo e não de filho, porque não enxergava seu pai como Pai, e não se via como filho, por esta razão não acreditava que era digno de entrar na festa. Para ele, o bezerro cevado (gordo), era para comer e celebrar entre criados e servos como premio dado por um patrão. A administração da casa, é para ser servos ou mordomos, mas quando se é filho, não administra, mas desfruta da casa.
Quando o filho menor se arrependeu, entendeu claramente que cobertura e paternidade teriam que andar juntos, disse: ?Pequei contra o céus e perante ti? . Necessitava de novo da cobertura da casa e do pai daquela casa, mesmo que fosse recebido novamente como seu criado.
Baseado nesta reflexão, me veio também outra ilustração, muito simples e interessante. Se um filho resolve cursar a faculdade de medicina e decide pela carreira médica, ele sabe que terá que usar a maior parte do seu tempo neste estudo e quando se formar, usará muito mais tempo, no seu trabalho e nas especializações que terá que fazer, cursando especializações, e congressos, para estar sempre atualizado a sua profissão. etc.
Seria uma grande aberração e ou erro grave, se este filho, dissesse ao seu pai biológico, que a partir de agora, por causa da sua profissão, terá que ter um pai da área específica da medicina, quem sabe seu professor, seu mentor, ou seu chefe, e deixar a sua casa paterna.
Em I Coríntios 4: 15 , Paulo escreve : ? Porque ainda que tivésseis dez mil aios em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; porque eu pelo evangelho vos gerei em Jesus Cristo?
Esta palavra aio, vem do grego e significa literalmente : ?Uma pessoa que conduz uma criança?.
Em algumas traduções Bíblicas, no lugar de aio, você encontra a palavra preceptores. Esta palavra significa: , tutor, mentor. É muito usada na área da medicina para identificar a pessoa que é responsável pelos médicos residentes que estão em fase de estágio num hospital.
A conclusão final que chegamos, é que pai, é identificado uma única vez, e passa ser aquele que é a sua cobertura, mas todos os demais que estiverem no seu caminho, para ajudá-lo a crescer, se desenvolver ou treiná-lo, serão mentores, aios, ou preceptores, mas nunca pais, nem cobertura.
Espero estar ajudando, como apóstolo, a colocar fundamentos na Igreja de Jesus Cristo, nesta década tão importante, onde um grande derramar de Deus , do seu poder, do crescimento e expansão da Igreja , virá sobre a Igreja do Senhor Jesus na Terra, em especial sobre o Brasil e América Latina
No amor de Cristo
Jesher, apóstolo